Muitas novas terapias para duas das formas mais comuns de perda capilar (alopecia androgenética e alopecia areata) foram desenvolvidas e estão sendo estudadas atualmente, com alguns resultados promissores.
Na alopecia areata, os inibidores da JAK, moléculas intracelulares implicadas em processos inflamatórios, são muito promissores, já que podem atingir simultaneamente múltiplas vias patogênicas.
Até agora, muitas das evidências de eficácia dos inibidores de JAK vêm de relatos/séries de casos de estudos retrospectivos e ensaios clínicos sem controle com placebo. No entanto, os inibidores de JAK estão sendo submetidos a testes clínicos controlados com placebo e, se os resultados confirmarem a eficácia e segurança, pode ser que algumas dessas drogas, como por exemplo baricitinib (que pode ser utilizado em associação com corticoides orais) e tofacitinib, sejam aprovadas para esta indicação.
Contudo, a eficácia a longo prazo e os possíveis efeitos colaterais graves dos inibidores da JAK são ainda desconhecidos e seu alto custo provavelmente limitará seu uso na prática cotidiana.
As evidências atuais não confirmam que os inibidores de JAK sejam mais eficazes do que os corticosteroides sistêmicos para o tratamento de alopecia areata, mas a ação imunossupressora dos inibidores de JAK provavelmente se mostrará mais segura do que o tratamento a longo prazo com corticosteroides sistêmicos.
Inibidores de JAK tópicos têm sido estudados para alopecia areata com a esperança de reduzir a absorção sistêmica, em um esforço para limitar os efeitos colaterais potenciais. No entanto, até agora eles não provaram ser muito eficazes.
Mais estudos são necessários, pois a eficácia dos inibidores tópicos de JAK pode melhorar se a absorção dérmica puder ser aumentada, talvez aumentando a concentração tópica de inibidor de JAK ou usando um novo veículo.
Ensaios clínicos adicionais para inibidores tópicos de JAK estão atualmente em andamento, o que lançará mais luz se estas substâncias têm ou não um futuro no tratamento de alopecia areata.
Inibidores de JAK não são o único tratamento para alopecia areata em desenvolvimento, sua descoberta estimulou a pesquisa e a identificação de novas moléculas.
Neste sentido, um agente muito promissor é o BNZ-1, um inibidor seletivo e simultâneo das citocinas pró-inflamatórias IL-2, IL-9 e IL-15, implicadas na patogênese da doença.
A vantagem dessa abordagem é que, ao inibir essas citocinas, podemos bloquear a reação autoimune da alopecia areata sem causar imunossupressão sistêmica.
Um dos objetivos futuros no tratamento de alopecia areata é identificar uma molécula ou anticorpo capaz de limitar a expressão dos genes relacionados a esse distúrbio, mas isso está distante, pois ainda estamos limitados em nossa compreensão da patogênese da alopecia areata. Novas áreas de pesquisa que podem levar a novas abordagens terapêuticas incluem, ainda, o papel da microbiota intestinal e o papel do estresse oxidativo.
Entre em contato conosco e saiba mais.
Dr. Felipe Cezar Dias CRM-PR 34055
Membro da Sociedade Brasileira do Cabelo e da International Dermoscopy Society.
MMI Clinic
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