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Nas últimas décadas, pesquisas mostraram que vários nutrientes e substâncias podem ser ou grandes aliados ou grandes sabotadores do treinamento para ganho de massa magra. A maior parte desses efeitos dependem da dose e tempo de uso. Conheça alguns deles a seguir:

O anti-inflamatório “anula” o treino?

            Os treinos para aumentar massa são caracterizados por causarem microlesões nas fibras musculares e o processo de regeneração (inflamatório) é o que  faz o músculo crescer. Estudos demonstraram que os antiinflamatórios, muito utilizados para dor após o treino, alteram as vias de sinalização do músculo e o metabolismo de proteínas em resposta ao exercício agudo além de modularem as adaptações musculares a longo prazo fornecidas pelo treinamento crônico.

            Vale ressaltar que os estudos relacionam esses prejuízos com altas doses e uso por períodos longos de antiinflamatórios (3x ao dia por 8 semanas) e em jovens. Não foi possível demonstrar ainda se usos pontuais e menores doses tem os mesmos  efeitos. De qualquer modo, como o crescimento muscular é feito de forma gradual e cumulativo, o uso de antiinflamatórios deve ser sempre bem indicado.

E o relaxante muscular?

            Os relaxantes musculares comercializados têm ação seletiva no sistema nervoso central não atuando portanto, diretamente no relaxamento musculo-esquelético. São usados com o objetivo de diminuir e aliviar os espasmos musculares dolorosos. Os artigos não apontam para um efeito maléfico sobre o ganho de massa, entretanto, esses medicamentos podem induzir efeitos de sedação e aumentar o risco lesões já que mascaram dores que podem estar relacionadas a excesso de carga ou má recuperação pós-treino.

O álcool prejudica o ganho de massa?

            Os resultados de pesquisas confirmam os efeitos prejudiciais da ingesta de etanol em vários níveis fisiológicos. O processo de construção muscular envolve complexas reações de criação e degradação de proteínas e o álcool interfere nelas.  Uma delas é a inibição do mTOR induzido pelo exercício, via fundamental de sinalização para construção muscular.

            Estudos experimentais também sugerem que a miostatina aumenta com a exposição ao etanol. A miostatina é um fator de diferenciação e potente inibidor da formação do músculo.

            Uma ligação direta entre o consumo de etanol e os perfis hormonais, da mesma maneira, é clara. Há dados que indicam que o etanol reduz os níveis plasmáticos de GH e, dependendo da dose consumida, pode induzir uma diminuição no nível de testosterona. Além disso,  também aumenta os níveis de cortisol. Quando os níveis desse hormônio estão muito altos, é comum ocorrer um maior nível de catabolismo proteico, isto é, diminuição de proteínas do músculo.

            Desta forma, há inúmeros fatores que podem interferir e atrapalhar o ganho de massa apesar de esforços para conseguí-lo, portanto, deve-se estar atento as substâncias implicadas neste processo e ressalta-se que medicações só devem ser usadas sob orientação médica.

Escrito por Felipe Cezar Dias CRM/PR 34055

Referências:

Mats Lilja, Mirko Mandić, William Apró, Michael Melin, Karl Olsson, Staffan Rosenborg, Thomas Gustafsson, Tommy R Lundberg. High-doses of anti-inflammatory drugs compromise muscle strength and hypertrophic adaptations to resistance training in young adults. Acta Physiologica, 2017;

Krentz, JR, Quest, B, Farthing, JP, Quest, DW, Chilibeck, PD: The effects of ibuprofen on muscle hypertrophy, strength, and soreness during resistance training. Appl Physiol Nutr Metab 33: 470-475, 2008.

Carmo Júnior, Nelson Machado do; Reis, Adriano Max Moreira. Espaç. Saúde Análise dos medicamentos relaxantes musculares de ação central comercializados no Brasil na perspectiva do Cuidado ao Idoso  18(1): 108-116, jul. 2017

BRIOSCHI, Tatiane Maria de Lima Souza. Avaliação da bioequivalência de comprimidos contendo 10 mg de cloridrato de ciclobenzaprina [São Paulo : Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, 2006.

Bianco, A., Thomas, E., Pomara, F. et al. Alcohol consumption and hormonal alterations related to muscle hypertrophy: a review. Nutr Metab (Lond) 11, 26 (2014).

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