
Muito se fala a respeito de dietas ou substâncias com propriedades “detox” ao organismo. Entretanto, não existe nada comprovado, neste sentido, ainda. O que sabemos ao certo é que temos um sistema digestório e um órgão vital com a grande finalidade de metabolizar e eliminar toxinas e tudo o que ingerimos: o fígado. Desta forma, é essencial e de grande valia nos servimos de nutrientes que irão garantir um funcionamento correto deste sistema. Conhecemos alguns deles como:
Crucíferos
Os vegetais crucíferos como brócolis e couve-flor estão entre os vegetais com maior ligação com propriedades antiinflamatórias, antioxidantes e anti-câncer, de forma a suportar uma cadeia de atividade desintoxicante do fígado.
Por exemplo, uma pesquisa demonstrou que a cafeína ingerida em uma dieta rica em vegetais crucíferos é mais metabolizada pelo fígado e eliminada pelo organismo.
E neste mesmo sentido, um estudo analisou a associação entre vegetais como brócolis, o risco de câncer de cólon e o consumo de carne cozida.
Sabemos que as aminas heterocíclicas liberadas no cozimento de carnes pode oferecer risco ao DNA de nossas células e favorecer alguns tipos de câncer, em especial, o câncer colorretal.
Este estudo em questão, mostrou que adicionar brócolis a dieta rica em carne e compostos notadamente tóxicos, permite uma menor absorção destes. E, mais intrigante, o efeito parece ser prolongado por algumas semanas.
Gengibre
O gengibre é reconhecido por sua capacidade de, em teoria, ser capaz de aumentar a taxa metabólica. Pesquisas interessantes, avaliaram a capacidade desta raiz em melhorar parâmetros de saúde em portadores de doença do fígado relacionada à obesidade.
Todos os pacientes da pesquisa, com gordura no fígado, foram aconselhados a limitar a ingestão de colesterol, aumentar a ingestão de fibras e se exercitar.
O grupo que fez estas medidas e além disso também foi suplementado com uma colher de chá de extrato de gengibre ao dia, pelas 12 semanas do estudo, tiveram um resultado significativamente menor em marcadores inflamatórios, melhor em testes de função hepática, e menor taxa de gordura no fígado.
Chlorella
Chlorella vulgaris é uma alga verde que contém nutrientes essenciais, incluindo aminoácidos e ácidos graxos, bem como algumas vitaminas, minerais e também é uma boa fonte de fibra. Esta alga também contém fitoquímicos (por exemplo, carotenóides, clorofila, tocoferóis e ubiquinona) sendo amplamente utilizada como suplemento nutricional.
Um estudo robusto indicou que a suplementação de 1200 mg de chlorella por 8 semanas tem potenciais efeitos benéficos na redução de peso, açúcar no sangue e melhorou biomarcadores inflamatórios, bem como a função do fígado em pacientes com doença hepática gordurosa não alcoólica.
Aveia
Como podemos observar é impossível falar em ajuda ao fígado sem ligar isso diretamente à prevenção do acúmulo de gordura nele. E, neste sentido, podemos citar a aveia e grãos integrais, como auxiliares neste processo.
A aveia possui diversas atividades semelhantes às de medicamentos, como redução do colesterol e açúcar no sangue, melhora do sistema imunológico, atividades anticâncer, antioxidantes e anti-aterosclerose.
No sentido de auxiliar no controle do peso, a fibra solúvel da aveia forma um gel no estômago, retardando o esvaziamento gástrico, fazendo com que a pessoa se sinta saciada por mais tempo.
Parece plausível que a ingestão de grãos integrais realmente ofereça benefícios diretos e foi esta resposta que finalmente obtivemos com um estudo controlado.
Quase 90% dos indivíduos com sobrepeso ou obesos e gordura no fígado tratados com aveia tiveram peso corporal reduzido, em comparação com nenhuma perda de peso no grupo de controle. Eles notaram ainda uma cintura mais fina em média, uma queda de 20 pontos no colesterol e uma melhora na função hepática.
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Escrito por Felipe Cezar Dias – CRM/PR 34055
Referências:
Murray S, Lake BG, Gray S, Edwards AJ, Springall C, Bowey EA, Williamson G, Boobis AR, Gooderham NJ. Effect of cruciferous vegetable consumption on heterocyclic aromatic amine metabolism in man. Carcinogenesis. 2001 Sep;22(9):1413-20.
Rahimlou M, Yari Z, Hekmatdoost A, Alavian SM, Keshavarz SA. Ginger Supplementation in Nonalcoholic Fatty Liver Disease: A Randomized, Double-Blind, Placebo-Controlled Pilot Study. Hepat Mon. 2016 Jan 23;16(1):e34897.
Ebrahimi-Mameghani M, Sadeghi Z, Abbasalizad Farhangi M, Vaghef-Mehrabany E, Aliashrafi S. Glucose homeostasis, insulin resistance and inflammatory biomarkers in patients with non-alcoholic fatty liver disease: Beneficial effects of supplementation with microalgae Chlorella vulgaris: A double-blind placebo-controlled randomized clinical trial. Clin Nutr. 2017 Aug;36(4):1001-1006.
Georgoulis M, Kontogianni MD, Tileli N, Margariti A, Fragopoulou E, Tiniakos D, Zafiropoulou R, Papatheodoridis G. The impact of cereal grain consumption on the development and severity of non-alcoholic fatty liver disease. Eur J Nutr. 2014 Dec;53(8):1727-35.
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