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Como o intestino regula toda a sua saúde

“Toda doença começa no intestino”. A frase dita por Hipócrates, pai da Medicina, nunca fez tanto sentido como atualmente. Cada vez mais estamos nos aprofundando no entendimento deste órgão e quais as repercussões para a saúde como um todo estão atreladas ao seu funcionamento. 

De fato, se imaginarmos que o sistema digestório é um grande tubo de dimensão de 250 metros quadrados, com mais de 100 trilhões de bactérias, onde tudo que ingerimos do meio externo entra em contato com esta barreira para o mundo interno, conseguimos ter uma ideia da sua importância.

Mais intrigante ainda é a constatação de que toda esta parede de proteção e seleção é feita por apenas uma coluna de células, o que nos leva aos problemas relacionados a ela. 

Para este microambiente funcionar corretamente, nossas células da parede intestinal, que são como tijolos, devem estar extremamente coesas e aderidas entre sim, selecionando ativamente o que deve  ser absorvido ou não. 

Acontece que diversos fatores, entre eles alterações na microbiota intestinal, levam a um descolamento entre estas células, induzindo a entrada de substâncias indesejadas para dentro do nosso corpo. 

Entre outras coisas, a flora intestinal saudável e a função íntegra de barreira intestinal, fornecem proteção contra infecções, regulam o metabolismo e compreendem mais de 75% do nosso sistema imunológico. 

Mais ainda, a flora intestinal desregulada tem sido associada a doenças variando de autismo e depressão a doenças autoimunes como a de Hashimoto, doença inflamatória intestinal e diabetes tipo 1.

Infelizmente, várias características do estilo de vida moderno contribuem diretamente para o intestino mais permeável e alterações na flora intestinal como: 

– Uso de antibióticos e antinflamatórios

– Dietas ricas em carboidratos refinados, açúcar e alimentos processados 

– Dietas com baixo teor de fibras fermentáveis

– Toxinas dietéticas como trigo e óleos vegetais

– Estresse e infecções crônicas

Doenças relacionadas

Como dito anteriormente, há evidências crescentes de que o aumento da permeabilidade intestinal desempenha um papel causal em várias doenças autoimunes, incluindo doença celíaca e Diabetes do tipo I. 

Portanto, pesquisadores sugerem que, além de fatores genéticos e ambientais, a perda de a função de barreira intestinal é necessária para desenvolver autoimunidade. 

Esta nova teoria sustenta que a barreira intestinal em grande parte determina se nós iremos tolerar ou reagir a substâncias tóxicas que ingerimos do meio ambiente. 

A violação da barreira intestinal (que só é possível com um “intestino permeável”) por toxinas alimentares como glúten causam uma resposta imunológica que afeta não apenas o intestino em si, mas também outros órgãos e tecidos. 

O que significa que alterações intestinais podem se manifestar não no intestino, mas como problemas de pele como eczema, acne, rosácea, doenças autoimunes que afetam a tireóide (Hashimoto) ou articulações (artrite reumatóide), doença mental, transtorno do espectro do autismo, depressão entre outras.

Conexão com o cérebro

Com relação às desordens mentais existem cada vez mais evidências de um eixo de conexão entre o cérebro e o intestino. E isto pode ser inclusive sentido por nós, afinal, que nunca experimentou um frio na barriga ou vontade de ir ao banheiro em momentos estressantes. 

E essa conexão se fortalece com as revelações que as substâncias produzidas pelas bactérias intestinais também influenciam esta comunicação e são capazes de alterar o comportamento e humor. 

Esta interação pode ser tamanha, que estudos mostram que crianças com autismo geralmente têm uma mistura de microorganismos intestinais que é distinta daquela de crianças sem a doença. E, em animais de laboratório, sintomas semelhantes ao do autismo surgem quando espécies normais de bactérias intestinais estão ausentes.

À semelhança disso, pesquisas feitas com ratos, revelam que quando os ratos receberam transplantes fecais de doadores com sinais de ansiedade e depressão, eles começaram a mostrar sinais de perturbação do humor, ou seja, ao alterar o microbioma intestinal, os pesquisadores puderam realmente mudar o comportamento dos roedores. 

Quanto mais fibras e probióticos melhor?

Desta forma, precisamos garantir um intestino íntegro e com boas bactérias. Entretanto, para uma boa saúde intestinal há um ideia equivocada de  que quanto mais fibras e probióticos para a microbiota, melhor. 

Na verdade, fibras em excesso podem ser prejudiciais ao organismo e a suplementação de bactérias específicas devem ser direcionadas conforme sintomas, hábitos alimentares e necessidades individuais. 

Além disso, algumas importantes recomendações para se garantir um intestino íntegro e saudável são:

– Remover todas as toxinas alimentares de sua dieta 

– Maximizar sua capacidade digestiva usando enzimas digestivas

– Comer fibras fermentáveis ​​(batata doce, inhame, mandioca, etc.) 

– Comer alimentos fermentados como kefir, iogurte, chucrute, kimchi. 

– Tratar parasitas intestinais que possam estar presentes 

– Tomar medidas para gerenciar seu estresse

Na MMI Clinic possuímos uma equipe de médicos e nutricionistas capazes de avaliar toda a sua saúde intestinal, indicar exames e tratar de forma individual cada caso. Agende sua avaliação conosco.

Escrito por Felipe Cezar Dias – CRM/PR 34055

Referências:

Tlaskalová-Hogenová H, Stepánková R, Hudcovic T, Tucková L, Cukrowska B, Lodinová-Zádníková R, Kozáková H, Rossmann P, Bártová J, Sokol D, Funda DP, Borovská D, Reháková Z, Sinkora J, Hofman J, Drastich P, Kokesová A. Commensal bacteria (normal microflora), mucosal immunity and chronic inflammatory and autoimmune diseases. Immunol Lett. 2004 May 15;93(2-3):97-108.

Bowe, W.P., Logan, A.C. Acne vulgaris, probiotics and the gut-brain-skin axis – back to the future?. Gut Pathog 3, 1 (2011)

Could the gut microbiome be linked to autism? Nature 577, S14-S15 (2020)

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