
O estresse é um estímulo comum e fator causal bem conhecido de distúrbios do crescimento capilar e queda de cabelo. A ligação entre estresse psico-emocional e perda de cabelo pode ser distinguida de acordo com três níveis de interação.
Nível de Interação 1: Estresse agudo ou crônico como indutor primário da queda.
O eflúvio telógeno é um dos principais distúrbios do crescimento capilar e está intimamente relacionado ao estresse. Ocorrendo principalmente em mulheres, o eflúvio telógeno pode acontecer como resultado de estresse ou desequilíbrio hormonal extremo. Isso cria uma ruptura no ciclo normal de crescimento capilar, no qual os cabelos anágenos (em crescimento) entram prematuramente na fase telógena (em repouso). Consequentemente, os sintomas começam a aparecer na forma de curtos e repentinos surtos de queda de cabelo com pouco ou nenhum crescimento de pêlos.
Nível de interação 2: Estresse agudo ou crônico como um fator agravante nos transtornos de queda.
A alopecia androgenética é o distúrbio de crescimento capilar mais comum em mulheres e homens. A grande maioria dos distúrbios de crescimento do cabelo ocorre devido a uma mudança no ciclo de crescimento do cabelo, que é geralmente dependente de andrógeno e geneticamente determinado.
Nível de interação 3: Estresse como um problema secundário em resposta à perda de cabelo prévia.
O estresse resultante da perda de cabelo, ao contrário de ser um indutor primário ou fator agravante, pode levar a uma maior perpetuação da queda de cabelo. Isto pode ser devido a um círculo vicioso de causa e efeito que surge entre o estresse como resposta e queda de cabelo.
O excesso de cortisol pode reduzir a produção e acelerar a degradação de importantes elementos como ácido hialurônico e proteoglicanos em aproximadamente 40%. Visto que, estas substâncias são conhecidas por manter a hidratação da pele, a degradação delas, se traduzirá por uma pele excessivamente ressecada.
O cortisol elevado é sugestivo de estresse contínuo e uma situação de “roubo de progesterona”, em que a progesterona é convertida em cortisol. Tanto o estresse quanto a baixa progesterona contribuem para a perda de cabelo. O tratamento adequado visa o suporte à função adrenal – ajudando a normalizar as respostas ao estresse e promover um nível balanceado de progesterona, reduzindo as demandas de cortisol, além de aconselhamento de auto-cuidado e gestão do estresse.
Outras substâncias que são mediadas pelo estresse como substância P, ACTH, prolactina e cortisol, inibem o crescimento do cabelo.
Alopecias androgenéticas, também já foram identificadas de terem alto nível de cortisol, comparadas à controle.
Analise capilar, com sangue tirado diretamente do couro cabeludo, é muito utilizada para medir a presença de substâncias externas e cortisol, visto que o cabelo possui uma taxa metabólica elevada e é diretamente influenciado por estas substâncias.
Um conhecido inibidor do cortisol é o cetoconazol, por inibir a enzima 11-beta hidroxilase, sendo indispensável, por este e outros motivos na abordagem de queda capilar.
Outras susbstâncias como quercitina, um flavonoide, e condrosaminoglicanos, podem ser utilizadas a fim de interromper o ciclo de degradação induzida pelo estresse. Além disso, decorin e versican mostram-se como uma terapia útil no controle da queda induzida pelo estresse. Terapias alternativas, como escutar música, demonstrou reduzir o nível de cortisol, inclusive medido no couro cabeludo.
Fonte: J Drugs Dermatol. 2016 Aug 1;15(8):1001-4. Stress and the Hair Growth Cycle: Cortisol-Induced Hair Growth Disruption. Thom E.
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Dr. Felipe Cezar Dias CRM-PR 34055
Membro da Sociedade Brasileira do Cabelo e da International Dermoscopy Society.
MMI Clinic
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